Petraglia garante que vai renunciar até o fim do ano; antes terá vendido a SAF do Athletico

Um pouco mais ou um tanto menos, o presidente Mario Celso Petraglia, a cada ato, prova que perdeu o sentido das coisas no comando do Athletico.

Não se sabe a razão da reunião que convocou entre as mesas diretoras dos Conselhos do clube, mas é verosímil declarar que ela, passando pelo modo surpresa, foi completar no campo do inusitado.

Desde que se isolou no poder, Petraglia nunca praticou esse ato.

Quem sabe das coisas – e todos os atleticanos sabem -, pode imaginar Petraglia reunidos com Luiz Alberto Küster, Flávio Bettega, Mauro Holzmann, Márcio Lara, Aguinaldo Coelho de Farias, todos cúmplices do presidente. Nenhum deles é capaz de tomar um chopp ou consumir um petisco na Choperia da Baixada, sem pedir um vale-refeição para Petraglia.

Coisas uma vez que essas ficam desconfortáveis no campo do inusitado.  Muito por isso, a reunião e seus personagens, submetidos à literatura humorística do Macaco Simão (Folha de São Paulo),  seria tratada uma vez que “piada pronta”.

E ainda que seja analisada em envolvente sério, seria piada pura.  É que o Athletico comunicou, em nota solene, a “reunião extraordinária”, mas escondeu o que foi discutido e deliberado. Se não era para revelar o seu teor, a reunião não deveria ser dada uma vez que conhecimento público. É a incoerência dos perdidos.

Voltando aos meus tempos de repórter, investiguei e tomei conhecimento das matérias essenciais informadas, não debatidas.

De início, o presidente, apresentando-se cansado, garantiu que vai renunciar em dezembro de 2025. Antes, já terá vendido as quotas da Sociedade Anônima de Futebol do Athletico para o fundo Bordeaux, de Nelson Tanure. Destacou na reunião que Tanure não pertence mais ao Parecer de Governo da Ligga e até o final do ano terá vendido a sua participação societária daquela empresa.  

Não acredito na repúdio de Petraglia e nem na venda da SAF. Se tivesse cansado, não iria esperar o Natal chegar. Hoje mesmo apresentaria a sua repúdio, levando junto Küster, Bettega, Lara e Aguinaldo, pois o risco de permanecer com um dos quatro será maior se as coisas continuarem uma vez que estão.

Para negociar as quotas da SAF do Athletico, Petraglia terá que sujeitar as condições do negócio à aprovação da plenário de sócios. Aquela de 2021 já não gera efeito jurídico, pois todos os elementos que fundamentaram a teorema foram alterados.

Sobre a sua mediação no futebol para salvar o entrada do Furacão neste 2025, garantiu que “contratará dez reforços”, logo na brecha da janela de julho.

Se ele tivesse lido os ensinamentos de Johan Cruijff, aprenderia que um bom time só é verosímil formar a pequeno prazo em duas condições: com uma geração extraordinária de jovens que foram formados e cresceram juntos, uma vez que a Holanda de Cruijff, de 1974, e o Flamengo de Zico, de 1982. A outra hipótese, que é uma regra, uma base estrutural formada há médio prazo, uma vez que o Furacão de 2001.

Fundamenta o genial holandês: “É preciso ir formando uma boa estruturante durante qualquer tempo, pois de três jogadores contratados, só um vai trenar alguma influência”.

Tratando-se de Petraglia, é razoável de que de dez jogadores contratados, erre os dez. O exemplo está em morada: contratou 18 jogadores para 2025 e não há nenhum que se possa declarar que exerça o mínimo de influência. Já em 2024, no ano do Centenário, trazendo 12 gringos, errou em todas, com implicação direta no rebaixamento do o Furacão.

Muito analisado, Mario Celso Petraglia corre o risco de virar piada. Antes do povo iniciar a rir, muito que ele deveria ir repousar.

Carneiro & Mafuz

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